quinta-feira, 2 de junho de 2011

Riocentro de 1981 será lançado em CD

Fonte: Rede Brasil Atual
Um dos mais polêmicos episódios do governo militar ocorreu em 1981, no Riocentro que, como o nome indica, fica no Rio de Janeiro: um atendado frustrado matou um sargento que levava uma bomba no colo, dentro do carro em que estava. Na noite do dia 1º de maio, o local sediava um grande show que, graças ao trabalho do jornalista e pesquisador musical Marcelo Fróes, foi recuperado e poderá ser ouvido pelos brasileiros.

Entrevistado por Oliveira Andrade no Jornal de Serviço, Fróes confirmou que encontrou a fita com as músicas durante trabalho para o musicólogo Ricardo Cravo Albin, que possui um instituto na Cidade Maravilhosa. O pesquisador já havia ouvido os shows de 1979 e 1980 e, ao encontrar uma fita com a inscrição “1º de Maio”, ficou curioso e comprovou, depois, que esse era o show histórico de 1981.

Ele lembrou que, se bem sucedido, o atentado poderia “dizimar boa parte da Música Popular Brasileira”, uma vez que muitos artistas estavam no local, como ocorreu nos dois anos anteriores. No entanto, a explosão foi frustrada, o show correu normalmente e, apenas no final, o público formado por milhares de pessoas ficou sabendo do que ocorreu, através de Gonzaguinha.

Fonte: Jovem Pan Online



Fagner era um dos últimos escalados para cantar na comemoração do Dia do Trabalhador de 1981. “Por coincidência esse show foi o que a gente lançou a Simone. Ela estava entrando na CBS”, lembra o cantor 30 anos depois. Naquele dia, ele chegou já tarde no centro de convenções onde aconteceria o terceiro da série de shows anuais promovida desde 1979 pelo Centro Brasil Democrático (CBD), ligado ao Partido Comunista Brasileiro. O show já havia começado, mas a movimentação de repórteres do lado de fora do Riocentro estranhou o cantor. “Eu não cheguei a ver o que aconteceu. Me perguntaram na entrada e não entendi nada”.
Fonte: O Povo Online


Dentro do Puma está o corpo do sargento Guilherme Pereira do Rosário: vítima de seu próprio terror


O show do dia do trabalhador acabou quase 2:00 da manhã. Um problema técnico aqui, uma desorganizaçãozinha ali, mas a plateia não teve do que se queixar. Simone, vaporosa, com um decote três dedos acima do umbigo, cantou Maria Maria, de Milton Nascimento, e Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré. Zizi Possi chorou ao cantar Meu amigo, meu herói. Ângela Rô Rô atacou de Amor, meu grande amor e Só nos resta viver. Teve ainda Clara Nunes, com Morena de angola, Gal Costa, com Balancê, Fagner, com Noturno, Beth Carvalho, com A chuva cai, dona Ivone Lara, com Sonho Meu, e Moraes Moreira, com Vassourinha elétrica. Cauby Peixoto foi a sensação com uma versão corajosamente despudorada de Ronda, coisa típica da liberdade que inspirava aquele início dos anos 80. João Bosco estraçalhou:

Roncou, roncou
Roncou de raiva e cuíca
Roncou de fome

Alguém mandou
Mandou parar a cuíca
A cuíca é coisa dos home...

Ivan Lins, profético, mandou:

Desesperar, jamais
Aprendemos muito nesses anos
Afinal de contas
Não tem cabimento
Entregar o jogo
No primeiro tempo


Documentário Arquivo Record sobre os fatos marcantes anos 80/81 e 82.

Obs.: A partir de 5:36 do vídeo aparece o cartaz do show e a apresentação incendiária da Cigarra... Fonte: Fórum da Maior Comunidade do Orkut dedicada a Simone.



Explosões abafaram o valor artístico. O CD tentará corrigir isso. A noite trazia muitas outras atrações cujos registros foram perdidos - a escalação anunciada incluía, além dos que entrarão no disco, A Cor do Som, Alceu Valença, Angela Ro Ro, Frenéticas, Cauby Peixoto, Céu da Boca, Clara Nunes, Cristina, Djavan, Elba Ramalho, Fagner, Francis Hime, Ivan Lins, Joanna, João Bosco, João Nogueira, João do Vale, Miúcha, Ney Matogrosso, Novelli, Paulinho da Viola, Roberto Ribeiro, Simone e Zizi Possi. Mesmo assim, a parcela representada na fita traz um painel daquele momento da música brasileira. A relação conflituosa (no campo político, sobretudo) entre Gonzaguinha e Gonzagão dera lugar a uma parceria, que rendeu a turnê “Vida de viajante” (no CD do Riocentro, eles cantam músicas do show, como a canção-título e “Não vendo nem troco”, e o sanfoneiro mostra “Asa Branca”). Com canções como “Sorriso negro”, Dona Ivone afirma a força de sua música num ambiente de MPB onde, segundo testemunha Cravo Albin, seu nome causava certa surpresa. Gal, com a imagem que começou a ser projetada em “Gal tropical”, de 1979, interpreta “Balancê” e “Aquarela do Brasil”. Beth lembra sucessos como “Andança” e “Vou festejar”, enquanto MPB-4 traz “Vira virou”. Na gravação, a plateia está a todo momento presente em palmas e coro.


O produtor Marcelo Fróes ainda não definiu a capa do CD, mas garante que ele sairá com um encarte trazendo a contextualização histórica do evento - o show “1º de maio” teve sua primeira edição em 1979, às vésperas da Lei da Anistia, e se encerrou, confirmando os temores de Gonzaguinha, em 1981. Como lembra Cravo Albin, o que estava em questão naquela festa não era apenas a música: - O “1º de maio” reunia pessoas politicamente preocupadas com os rumos do país.
Fonte: Agência O Globo por Diário do Pará


O atentado do Riocentro marcou 1981 e em 82 a morte de Elis Regina.
Simone canta: Maria, Maria de Milton Nascimento no Riocentro.

3 comentários:

  1. OIe!
    Muito triste os acontecimentos não só daquele ano como de todos os anos da época da ditadura militar.
    Mas o bom é que conseguiram recuperar o show históricoo!! Quero ouvir!
    =D

    Chegaram novidades na nossa lojinha, não deixe de conferir!
    Beijos!
    www.tchucatchurubba.blogspot.com

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  2. Muito bom o conteúdo.
    Parabéns pelo blog.
    Beijos
    Guga Fernandes
    http://www.meuestilogugafernandes.com.br

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  3. É... Infelizmente não é o show completo, pelo que eu saiba, mas pelo menos já é alguma coisa.

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