quarta-feira, 20 de julho de 2011

Simone anuncia disco de inéditas e elogia nova safra de cantores de MPB



Intérprete que concede identidade única às músicas que canta, a baiana Simone está prestes a comemorar 40 anos de carreira. Nesse período de atuação, a cantora investiu em sonoridades díspares e gravou compositores distintos da música nacional, como Kleiton & Kledir, Ivan Lins, Jorge Ben Jor, Martinho da Vila, Lulu Santos, Marina Lima, Dorival Caymmi e Gonzaguinha.

Seu mais recente projeto, “Em Boa Companhia Ao Vivo” (Biscoito Fino), foi lançado em 2010 e é um registro fiel do ecletismo e do bom gosto de Simone na hora da escolha de repertório. O título é o terceiro gravado ao vivo pela cantora desde 2005. Nesse período, apenas um disco de estúdio foi lançado pela Cigarra (“Na Veia”, de 2009).

Crise criativa? Medo de estúdio? Nada disso. Como é uma intérprete, Simone alega que tem preferido captar seus bons momentos em cima do palco. “Nesses projetos, há uma capacidade de interação com o público muito grande. Por isso gosto de deslocá-los do efêmero do palco para um registro eterno”, confirma.

Mas em breve, os fãs poderão escutar um projeto inédito da cantora. Atualmente, Simone está em estúdio escolhendo músicas novas para gravar seu próximo álbum. O projeto será lançado em 2012. Antes de finalizá-lo, porém, a cantora realizará uma turnê sulamericana, prevista para acontecer no segundo semestre.

A seguir, Simone comenta a atual fase de sua carreira, aponta quais artistas novatos da MPB que mais a impressiona e revela com quais ícones gostaria de gravar um disco em parceria. (Por Helder Maldonado)

SUCESSO e-mailing - Hoje, o formato ao vivo é imprescindível para manter o artista no auge. O projeto “Em Boa Companhia” teve o resultado esperado de um projeto como esse?

Simone – Não que o ao vivo seja necessário. Nunca pensei assim. Só optei por gravar ao vivo, porque este show é muito especial pra mim – arrisco dizer que é um dos mais importantes da minha carreira. O espetáculo ao vivo tem uma capacidade de interação muito grande com o público, por isso achei pertinente gravá-lo e deslocá-lo do efêmero do palco para um registro eterno.

SUCESSO e-mailing - Em número de cópias vendidas, o CD e DVD teve o mesmo sucesso que a turnê “Em Boa Companhia”?

Simone – Os parâmetros de vendagem atualmente são muito distintos. Tudo mudou radicalmente. Mas para os padrões atuais, eles foram muito bem, sim, embora eu não me ligue muito em números.

SUCESSO e-mailing – Pensa em lançar um projeto de inéditas para suceder “Em Boa Companhia”?

Simone - Sim, já comecei a trabalhar em cima disso para lançar um disco de inéditas em 2012.

SUCESSO e-mailing – Teu último projeto foi lançado pela Biscoito Fino, uma gravadora focada em artistas de MPB com um perfil mais elitizado. Você sentiu que seu público é hoje formado por mais pessoas da elite do que antigamente? Isso não é um reflexo de como a MPB virou música de nicho e perdeu a característica popular de antigamente?

Simone - Eu talvez não seja um bom parâmetro para fazer essa análise, pois tenho um público fiel que me acompanha há quase 40 anos. Ele permanece inalterado e segue todos os meus movimentos artísticos. Já pessoas que só te acompanham em determinados sucessos, migram pra outros artistas com outros sucessos, e assim sucessivamente. Mas é fato que o cenário é outro. O espaço dado à dita ‘MPB’ mudou nas rádios e na TV. E isso reflete no público.

SUCESSO e-mailing - Você sempre atingiu públicos internacionais. Como anda sua agenda no exterior e quais projetos está preparando para esse mercado?

Simone – Este ano já fiz shows na Europa e em Cuba e, no segundo semestre, tenho uma turnê agendada pela América Latina.

SUCESSO e-mailing – No Brasil, você tem conseguido realizar shows corporativos, que é um nicho cada vez mais explorado entre artistas de MPB?

Simone - Sim, mas eles vêm diluídos na turnê, com o mesmo repertório e o mesmo cuidado de qualquer outro show.

SUCESSO e-mailing - Para você, os novos cantores surgidos na MPB ajudarão a renovar a cara do segmento?

Simone - Sim, sem dúvida. O Brasil sempre foi e continua sendo o país das vozes, com maior predominância das femininas.

SUCESSO e-mailing - Entre os novos cantores de MPB, quais mais se destacam e que podem ter uma carreira longeva?

Simone – Vários. Roberta Sá, Vanessa da Mata, Céu, Tulipa Ruiz, Maria Gadú, Marcelo Jeneci, entre vários outros.

SUCESSO e-mailing - No geral, acredita que a música nacional viva um bom ou um mal momento em termos qualitativos?

Simone - A música brasileira vive um momento de efervescência, de muita criatividade. E essa meninada está construindo sua própria história, compondo sua própria identidade. Todo este movimento é muito saudável. Estamos muito bem neste sentido.

SUCESSO e-mailing - Além de Ivan Lins e Zélia Duncan, com quais outros artistas gostaria de gravar um projeto em parceria?

Simone - Com certeza com Bituca (Milton Nascimento), Erasmo Carlos e Cauby Peixoto.

SUCESSO e-mailing – Sua obra é vasta e cheia de grandes discos. Não pensa em retratar sua história em documentário ou talvez escrever até mesmo uma biografia?

Simone – Penso nisso, não. Estou mais focada e interessada em continuar minha carreira, me lançar em novos desafios, olhar sempre para o que ainda virá.

SUCESSO e-mailing – Após o lançamento da caixa O Canto da Cigarra nos anos 1970, é possível que sejam lançadas caixas que cubram sua obra em outras décadas?

Simone - Isso cabe mais às gravadoras. O meu foco são meus novos trabalhos.

SUCESSO e-mailing – Hoje, lançaria outro produto segmentado como o 25 de Dezembro, talvez para comemorar alguma data especial, gênero musical ou acontecimento?

Simone – Não sei te dizer. Tudo depende do momento. E agora estou focada no meu próximo disco de inéditas, ouvindo muita coisa, selecionando repertório.

Fonte, texto e entrevista: Portal Sucesso
                                      Terça-feira, 19 de Julho de 2011

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