terça-feira, 5 de julho de 2011

Erasmo Carlos festeja 70 anos de idade e 50 de carreira em show com participação de Roberto Carlos e Marisa Monte

por Carlos Albuquerque

Aniversariante do mês passado (nasceu em 5 de junho), Erasmo Carlos é de Gêmeos. Seu regente é o ar e seu elemento, além do mercúrio, é o rock. E é sob esse signo que ele celebra seus 70 anos de vida e 50 de carreira, com um show, hoje, no Teatro Municipal. Além de ser de arromba, a festa é beneficente, com renda revertida para o projeto Criança Esperança. No palco, Erasmo vai receber Marisa Monte e, claro, o eterno parceiro, Roberto Carlos.

— O Erasmo está chegando aos 70 com espírito de garoto, voltando às origens, bem rock‘n’roll — diz Marisa, que vai cantar com Erasmo “Se você pensa” e “Mais um na multidão”. — Ele tem o raro talento de pensar a canção como cinema, com cenas, personagens e cenários. Sou fã, desde criança, já que sou de uma geração que cresceu escutando os clássicos dele e do Roberto. Além do mais, o Erasmo é um homem superafetuoso e gentil.

No show, Erasmo, vulgo Tremendão, vai tocar músicas do seu mais recente disco, apropriadamente intitulado “Rock‘n’Roll” (Coqueiro Verde Records), lançado em 2009 e indicado ao Grammy Latino. Isso não vai impedir, porém, que ele recorra, no meio do espetáculo, ao vasto e rico arquivo de cerca de 500 canções que compôs com Roberto, além de outras tantas que fez sozinho ou com outros parceiros, ao longo dessa estrada. Isso inclui “Negro gato”, “Lobo mau”, “Vem quente”, “Mulher” e “Minha fama de mau”, que estão na programação do show.

— Esse show vai ter as músicas do novo CD, uma sessão de Jovem Guarda e sucessos meus dos anos 1970 e 1980 — conta Erasmo, que destaca também o encontro com o seu mais famoso parceiro. — Até o céu chorou na última vez em que cantei com o Roberto Carlos, no Maracanã, quando ele celebrou 50 anos de carreira. Foi um debulhar de lágrimas.

Existe ainda a chance, pequena, de que Erasmo toque também alguma música do seu próximo disco, “Sexo”, que deve chegar às lojas no fim deste mês. Concentrado no novo álbum, que chama de mais um na fase de “recaída roqueira”, ele limitou, nas últimas semanas, os encontros com a imprensa, deixando que seus amigos e fãs falassem por ele.

— Erasmo é da vida toda — conta Lulu Santos, que o considera um “padrinho”. — Meu tio Haroldo me levou ao estúdio da TV Rio, onde hoje é o Shopping Cassino Atlântico, no Posto 6, para ver, ao vivo, a gravação do programa da Jovem Guarda. Isso foi em 1965! Muitos anos depois, mero iniciante, peguei uma carona e acabei fazendo, junto com os membros da Cor do Som, a trilha sonora do filme “Os 7 gatinhos” do Neville D’Almeida, produzido por Scarlet Moon, e cuja canção-tema foi composta pelo Erasmo.

Inspiração para ‘graphic novel’

Tijucano da gema, notório vascaíno, Erasmo fez um flashback da sua carreira em 2009, quando lançou o autobiográfico “Minha fama de mau” (Objetiva). No livro, lembrou os primeiros encontros com Roberto e Tim Maia, e deixou claro que, além da fama de mau, também era um conquistador dos bons.

— Erasmo é um verdadeiro gentleman, que trata as mulheres com toda a delicadeza, como poucos — confirma a cantora Simone. — Já gravei muita coisa dele, desde o Erasmo menino, com suas canções mais rock‘n’roll, até o Erasmo mais maduro, romântico.

E fazendo justiça ao comentário de Marisa Monte, sobre o jeito cinematográfico de suas canções, Erasmo teve uma das suas músicas — “A balada de Johnny Furacão”, lado B do compacto de “Sentado à beira do caminho”, de 1969 — tomada como inspiração para a recém-lançada graphic novel, homônima, assinada pelo desenhista Sama. O fato confirma o apelo da sua música para as novas gerações.

— Erasmo gravou seu nome junto ao povo brasileiro com suas composições — diz Marcelo Camelo. — A nós, espectadores do seu talento, só resta o aplauso de reconhecimento.




Fonte: O Globo / Carlos Albuquerque
             02/07/2011, 09h41

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