quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

"Assim como eu nasci baiana, nasci romântica", diz Simone

Vera Donato | Divulgação
Simone assina a concepção do show, que tem direção de Christiane Torloni.

Dá para imaginar o frisson que vai tomar conta da sala principal do Teatro Castro Alves nesta sexta-feira, 6, às 21 horas, no show em que Simone, 63, lança seu novo disco, É Melhor Ser.
"O show se baseia no universo feminino das compositoras. Na maneira como elas veem o amor, o olhar sobre o amor, a vida, as experiências, os amores", diz a cantora.
Completando 40 anos de carreira, ela se mudou de Salvador aos 17 anos. Mas ainda carrega no sotaque (que Hermínio Bello de Carvalho agradece ao Senhor do Bonfim ela nunca ter perdido) e na memória as marcas da Bahia. Registros: "Sorvete da Ribeira, a Cubana, a Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, o Farol da Barra, Itapuã, o abará".
O show e o CD tiveram concepção da cantora, que pensou o repertório há um ano e meio  e conta com direção de Christiane Torloni. "Eu queria ter o olhar feminino, queria uma pessoa de teatro, uma pessoa que olhasse pra mim e me visse. E foi exatamente o que a Chris fez".
Simone não vê anacronismo entre o romantismo que há muito nutre a MPB e a experiência amorosa atual. "Assim como eu nasci baiana, nasci romântica. O amor não tem época, não tem idade, não tem cor, ele só tem luz".
A homenagem às compositoras (ou, como ela qualifica, "guerreiras, amantes"), reúne músicas de Adriana Calcanhotto (Aquele Plano Para Me Esquecer),  Teresa Cristina e Lula Queiroga (Trégua Suspensa) e Fátima Guedes (Haicai), entre outras.
Também há versões para sucessos de Rita Lee e Roberto Carvalho (Mutante), Ângela Ro Ro (Só Nos Resta Viver), Marina Lima e Antonio Cícero (Charme do Mundo), Dona Ivone Lara e Delcio Carvalho (Acreditar) e Joana e Sarah Benchimol (Descaminhos).
"Acho que durante os últimos 40 anos, a partir dos anos 1970, que é o que eu retrato no disco, houve um florescimento muito grande de compositoras. Isso não era uma coisa comum, eram mais os homens que compunham, que cantavam suas canções".
Presente
O CD e o show também contam com duas músicas de Simone. É dela e de Zélia Duncan (com quem gravou em 2007 o CD e DVD Amigo é Casa) a faixa Só Se For. E também musicou trecho de um texto que a atriz Fernanda Montegro escreveu para ela.
Simone diz não lembrar quando foi escrito, mas o julga "atemporal e um grande presente". A atriz abre o texto com uma espécie de insight: "Uma pessoa é o que a sua voz é".
A atriz aproxima o ofício de quem canta e o de quem atua e, mais adiante, conclui que a cantora é "uma voz de cabeça, peito e ventre abertos".  "Dentre algumas cantoras excepcionais do Brasil, Simone se destaca como uma das poucas mulheres/cantoras integradas com a sua própria identidade interior de ser humano. O canto de Simone tem a qualidade real da pessoa que ela é. O seu canto nos transmite cumplicidade feminina, autenticidade carnal, aconchego de amante, filha, mãe. É coração na garganta".
O show tem direção musical e arranjos de Leandro Braga, que  integra a banda ao piano ao lado dos músicos  Bruno Migliari (contrabaixo), Christiano Galvão (bateria), André Siqueira (percussão) e João Gaspar (guitarra e violão).

Fonte: Portal A Tarde | Marcos Dias

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