Nos autógrafos de Nélida, duas filas: para mortais e para imortais

Há 30 anos sem fazer uma noite de autógrafos, para a escritora imortal Nélida Piñono lançamento de seu Livro das horas, pela Editora Record, na Livraria da Travessa, no Shopping Leblon, seria como um salto sem rede, em que se poderia esperar tudo. Tudo mesmo, mas jamais aquela multidão vibrante, que se mantinha, impávida e disciplinada, em duas filas (uma com mortais, outra com imortais e longevos), aguardando a vez, durante mais de cinco horas (5 horas e 15 minutos, para ser precisa), misturando celebridades, uma Via Láctea de fato, com superstars de várias intensidades...

Da música, a cantora Simone. Do direito, o advogado Roberto Halbouti. Da TV, o diretor Estevão Ciavatta. Da literatura, Ana Maria Machado, José Murilo de Carvalho, Luiz Paulo Horta, Arnaldo Niskier. Do grand monde, as embaixatrizes Michele Corrêa da Costa e Laís Gouthier...

Livro das horas reúne memórias, pensamentos, enredos da coletividade. O cerimonialista Stambowsky cuidou da organização, mas mesmo assim houve quem, como Maria Teresa Sendas, reclamasse da fila demorada, enquanto outros eram privilegiados...

O champã Laurent Perrier foi servido geladíssimo todo o tempo. Um presente do amigo de longa data Luiz Carlos Ritter. Nélida, exultante, celebrada pelos cerca de mil amigos e parentes presentes, que insistiram para que ela realizasse os autógrafos. Até críticos e escritores de outros estados havia! De São Paulo, chegou a exuberante corbélia de flores com o cartão mais exuberante ainda: era de Fernanda Montenegro,afinal! Uma noite traduzida em puro prestígio...

 

Matéria na íntegra: Hildegard Angel | 16.08, 18h40